… a nossa, a do ambiente e do planeta.
Decerto que já teve oportunidade de ter conhecimento sobre o escândalo da Volkswagen, que conseguiu falsear resultados e manipular os profissionais responsáveis pelo controlo de emissões de óxidos de azoto. O esquema elaborado pela Volkswagen dura há anos (desde 2009) e teve como objetivo mostrar que os veículos poluíam menos. Afinal, poluem mais. E muito mais. E não é só a Volkswagen.
Os cerca de 11 milhões de carros (número avançados pela Volkswagen) envolvidos nesta falcatrua, tanto nos EUA como na Europa, emitiram entre 250.000 a 1 milhão de toneladas de emissões de óxidos de azoto (fórmula química NOx) por ano. Quarenta vezes mais do valor permitido por lei.
Estes valores podem muito bem ser equivalentes a todas as emissões de óxidos de azoto emitidos no Reino Unido, ou várias vezes as de Portugal.
As consequências
Irritação nos pulmões, diminuição de resistência, infeções respiratórias como a asma. Podem ainda causar doenças mais graves, como agravar problemas cardíacos. Várias pesquisas afirmam que a exposição a longo prazo das emissões de NOx acelera a morte a longo prazo. Na cidade de Londres, estimam-se 9.500 mortes prematuras relacionadas diretamente com o excesso de emissões automóveis. Infelizmente em Portugal, os valores são dos piores da União Europeia.
Mas como é que a Volkswagen conseguiu manipular os resultados?
Os testes de emissões são efetuados de duas formas.
Em estrada e em ambiente controlado, em rolos, tal como acontece nos centros de inspeções. O automóvel atinge uma determinada velocidade e são detetados os valores de emissão de gases.
Através de um equipamento de software, os veículos adulterados da Volkswagen, reconheciam o comportamento do carro em conformidade com o tipo de teste através de alguns fatores, como a posição do volante, velocidade, tempo de utilização do motor e pressão barométrica, e accionavam tecnologias anti-poluição – Dyno Calibration e Road Calibration, que permitia obter resultados em conformidade com as regulações da Agência de Proteção Ambiental dos EUA – a EPA.
Fonte imagem: Jornal de Notícias
Devo-me preocupar? Quais as marcas e modelos em causa?
Marcas e modelos que estão confirmados. Pelo menos seis modelos da Volkswagen e um da Audi e Seat:
- Jetta (2009-2015);
- Jetta Sportwagen (2009-2015);
- Golf (2010-2015);
- Beetle (2012-2015);
- Passat (2012-2015);
- Golf Sportwagen (2015);
- Audi A3 (2010-2015).
A Skoda também poderá ter alguns modelos adulterados (todos com data de fabrico de 2009 a 2013), que tenham motores diesel 1,6 e 2 litros:
- Fabia;
- Roomster;
- Octavia;
- Superb;
A filial espanhola do grupo alemão, a Seat, a partir de 2009 monta também nos seus veículos motores adulterados.
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Afinal, a Volkswagen não está sozinha.
Outros gigantes automóveis como a Mercedes, BMW e Peugeot juntam-se à problemática ambiental associada somente à Volkswagen. Um estudo divulgado por uma organização de campanha ambiental que trabalha diretamente com Bruxelas, revela que a discrepância entre os resultados dos testes de emissões de CO2 em ambientes controlados e em performance real, chegam a uma diferença de 40%.
Um valor já superado por marcas como a Mercedes, a BMW e Peugeot em que a diferença de valores atingem cerca de 50%.
Ainda, quanto ao consumo de combustível, campanhas de automóveis que promovem um consumo inferior de combustível, podem induzir em erro os consumidores. Levando os condutores a gastarem, em média, mais 450€ do que era suposto.
Com o decorrer destas situações, infelizmente, são as pessoas e o ambiente que pagam o preço da falta de ética da indústria automóvel. Indústria essa que inicia agora uma descredibilização face ao mercado automóvel.
Para quem pretende aprofundar o assunto pode consultar o documento intitulado “Mind the Gap” publicado pela Transport & Environment, entidade que trabalha com a Comissão Europeia.
Fontes: Observador, Jornal de Notícias, Dinheiro Vivo, Pplware
Fonte imagem artigo: Wikipedia
(Conteúdo atualizado em 29 de Setembro 2015)
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